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Bosch em Portugal
Mónica Cerquido, Optical Developer

Apaixonada por tecnologia e ciência, sente-se realizada ao trabalhar em áreas avançadas e crescer tecnologicamente

Mónica Cerquido

Mónica Cerquido licenciou-se em Engenharia Física pela FCUP e trabalha na Bosch Car Multimédia como Optical Developer desde 2019. Desde então o seu dia-a-dia, passa pela procura de novas soluções para o desenvolvimento do LiDAR, um sensor de apoio à condução autónoma, que permite fazer o mapeamento 3D do cenário envolvente e também calcular distâncias do veículo ao objeto e, depois, através de modelos de perceção de software permite identificar e classificar objetos nessa point cloud.

Recentemente recebeu a distinção do Portuguese Women in Tech Awards 2021, na categoria "Impact in Technology". Este prémio reconhece o seu percurso profissional e a importância da diversidade aliada à tecnologia.

Fala-nos um pouco sobre o teu percurso académico e profissional, como chegaste até aqui?

Estudei na Universidade do Porto e a minha dissertação foi realizada no IFIMUP (Instituto de Física de Materiais Avançados, Nanociência e Fotónica) e foi realmente ali que surgiu por intermédio do Professor João Ventura, o convite para continuar a trabalhar no instituto e no desenvolvimento de novas tecnologias. No Instituto, o meu projeto era relacionado com a criação de plataformas de interação entre elétrodos e células neuronais, para estudar as suas respostas e estimulações elétricas e também o desenvolvimento de Hybrid Neuron-Memristor adaptive platform. Aqui foi de facto, onde ganhei a maior parte de conhecimento daquilo que considero ser verdadeiramente a minha paixão, a Micro/Nanotecnologia. Além de ter de desenvolver fisicamente todos estes dispositivos, o seu design, o material e a sua caraterização, também eram feitos por mim. Este facto instigou ainda mais a vontade de criar e adquirir conhecimento. Infelizmente devido a diversos fatores pessoais, fui de alguma forma “obrigada” a ir para a indústria, deixando para trás o meu doutoramento, entrando assim no ramo dos semicondutores.

Comecei numa empresa tecnológica, onde era responsável pela conceção de novos designs de backend para dies, e a respetiva qualificação.

Em 2019, surgiu a oportunidade de me juntar à Bosch para desenvolver um dispositivo de scanning, chamado de micro-mirror. À medida que o tempo foi passando, fui adquirindo conhecimento sobre condução autónoma e, mais concretamente, sobre o sensor LiDAR. Desde aí o meu dia-a-dia, passa mesmo pela busca de novas soluções e configurações para criarmos o nosso sensor, testar componentes diferentes, de diversas áreas, verificar o que pode ou não ser mais viável, e ainda criar métodos de validação do nosso sensor e da perceção não só em ambiente laboratorial, mas também em cenários de estrada.

Que conselho darias a quem quer ingressar na tua área?

Em primeiro, gostar de tecnologia e acreditar que pode e faz realmente a diferença no nosso dia-a-dia.

No entanto, há tópicos a considerar no que toca ao conhecimento técnico. Neste sentido, é realmente importante ter conhecimentos sólidos na área da física, mais especificamente no campo da ótica e da nanotecnologia. Entender este mundo nem sempre é simples, mas é necessário ter-se um conhecimento sólido das técnicas de fabrico e materiais (ex. deposição de filmes finos, litografia, SEM, etc), bem como possíveis componentes (ex. lasers, fotodetectores, etc) e softwares utilizados para a análise e criação de sistemas óticos, como o caso do OpticStudio Zemáx. Para além destas competências é altamente recomendado que se tenha experiência laboratorial, e que se seja capaz de identificar e utilizar instrumentação (ex. LabView, osciloscópios, microscópios, lasers, power supply, etc), para implementar testes e análises aos componentes e ao sistema. Aliado às competências anteriores, ter conhecimentos em python e análise de dados, assim como uma elevada capacidade de espírito crítico são pontos extra.

Além das competências técnicas, outros conselhos que deixo a quem quer ingressar na minha área seria serem abertos à mudança e procurarem uma adaptação fácil e flexível. Ter sempre o foco no objetivo e ter um sentido de ambição saudável, no sentido de quererem atingir o objetivo e remarem com a equipa, para juntos criarem soluções criativas, rápidas e eficientes. Saberem como comunicar e um bom nível de inglês, tanto escrito como falado, é uma vantagem. E finalmente, que se divirtam imenso enquanto trabalham.

Assiste à talk da Mónica sobre condução autónoma!

Vê a talk da Mónica sobre condução autónoma!

Sabes quais são os sensores necessários para a condução autónoma?

Nesta sessão falámos de evolução na mobilidade, os cinco domínios necessários para a automação da condução e apresentar alguns dos sensores essenciais para recolha de informação do meio envolvente. O sensor LiDAR, um dos grandes focos de investigação da equipa da Bosch em Braga, esteve em evidência nesta sessão, a explicaçãosobre tudo sobre o seu princípio básico de funcionamento, as oportunidades e as tecnologias que prometem tornar ainda mais eficaz e eficiente a performance deste sensor.

"O que mais me motivou a querer fazer parte da Bosch foi o facto de ser uma empresa que se adapta e que tem um grande foco na inovação e I&D. Assim, eu que gosto de tecnologia, conseguia juntar o melhor de dois mundos, trabalho e tecnologia."
Mónica Cerquido

O que mais valorizas na Bosch?

O que mais valorizo na Bosch é o desenvolvimento pessoal e tecnológico que nos é proporcionado. O facto de saber que estou a trabalhar e a crescer tecnologicamente em áreas avançadas, como é o caso da condução autónoma, e que um dia posso vir a estar num carro autónomo que detenha a nossa tecnologia é gratificante e encorajador.

Além disso, todas as formações, acompanhamento que temos, a autonomia e a confiança no nosso trabalho também motivam e fazem com que cresçamos em ambos os sentidos. Tenho de juntar aqui também o facto de poder fazer parte de uma equipa que é jovem, dinâmica e sobretudo inteligente.

Mónica Cerquido

Mónica Cerquido

Optical Developer na Bosch Car Multimédia

"O meu nome é Mónica Cerquido, sou de Palme, uma das 89 freguesias do conselho de Barcelos. Os meus hobbies favoritos é ler sobre tecnologia, jogar videojogos, ouvir música (não consigo viver sem ela), fazer caminhadas de montanha, comer muitos chocolates e sobretudo estar com aqueles que mais amo. Desde pequenina que sou curiosa, criativa e gosto de ciências. Daí que me inscrevi em Engenharia Física, na FCUP e apaixonei-me ainda mais por tecnologia e ciência. Recentemente recebi a distinção do Portuguese Women in Tech Awards 2021, na categoria Impact in Technology."