Pessoas comuns, focadas no desenvolvimento de tecnologia extraordinária.
Montar e desmontar o futuro da condução autónoma
“Tudo o que eram equipamentos eletrónicos lá de casa eu queria desmontar. Até mesmo com os novos, a primeira tentação era saber como eram por dentro.”
Eu sou curioso por natureza e isso é algo que sempre me acompanhou no meu percurso académico e profissional. No secundário, quando comecei a aprender eletrónica, tirava componentes velhos de outros equipamentos para os meus projetos, ou basicamente para inventar. Lembro de ser miúdo e de pegar nas coisas e desmontar e montar. Ainda existe uma caixa em casa dos meus pais com coisas que supostamente eu devia ter reparado, mas que nunca mais tive oportunidade.
Um percurso pautado pela precisão
A abertura dos meus pais e a minha vontade para descobrir foram o meu primeiro passo no mundo da eletrónica. Tive a sorte de os meus pais perceberem que eu tinha aptidão e vontade de seguir esse caminho. Eles foram fundamentais na minha orientação e sabiam que eu tinha um interesse por tecnologia. A partir daí foi algo natural.
Concorri a engenharia eletrónica e industrial e o meu percurso foi-se processando de forma muito fluida. Na altura de escolher a minha área de especialização, entre três possibilidades, acabei por escolher automação e robótica. O mais engraçado é que não fui trabalhar nessa área.
"As minhas escolhas profissionais sempre foram influenciadas pela minha vontade de crescer e aprender."
Viver noutro país, voltar às origens e trabalhar para o mundo
As minhas escolhas profissionais sempre foram influenciadas pela minha vontade de crescer e aprender. Sempre tive o objetivo de trabalhar em empresas que me proporcionassem experiências diferentes, mas ao mesmo tempo exigentes. Foi por isso que quando surgiu a possibilidade de ir trabalhar para a Holanda eu agarrei a oportunidade e não pensei muito. Sabia que estava a investir na minha carreira e que isso me traria frutos mais tarde. O mais engraçado é que fui desenvolver hardware para televisores, o que fugia da minha formação de base. Mas isso era algo que não me preocupava. A oportunidade de trabalhar numa grande empresa e ainda por cima fora do país era um desafio que me preenchia.
“Desde que eu esteja motivado com o que estou a fazer a área não é muito relevante. “
A parte estratégica das minhas escolhas foi sobretudo em relação às empresas onde escolhi trabalhar. Passou-se isso logo no início da minha carreira, quando fui fazer o estágio curricular. Sabia que tinha que estar numa grande empresa para poder aprender e evoluir mais rapidamente e para criar bases que me permitissem ser melhor no meu trabalho. Depois de ir para Holanda, a escolha de mudar para a Bosch foi exatamente pelos mesmos motivos. Conhecia a dimensão da empresa e sabia que continuaria a desenvolver-me profissionalmente e a realizar os meus objetivos. Sempre quis trabalhar em empresas grandes que me permitissem crescer e que estivessem abertas para o mundo.
Perfil
Tenho orgulho em trabalhar na Bosch, mas tenho ainda mais orgulho em mostrar aquilo que faço aos meus filhos.
Ricardo Pinho, 39 anos, é licenciado em Engenharia de Eletrónica e Industrial, pela Universidade do Minho. Fez um estágio na Philips, e foi com esta empresa que se mudou para Holanda. Por iniciativa própria fez a transição para a Bosch, ainda nos países baixos, e regressou a Portugal para abraçar um dos projetos mais estratégicos para a mobilidade do futuro.
“Identifico-me com a filosofia do fundador da Bosch e em particular com uma frase que me toca muito que é: “eu prefiro perder dinheiro do que desapontar os meus clientes”.
A Bosch foi uma escolha fácil. Essencialmente por duas razões: pelo facto da Bosch ser muito grande e ter mais de 400.000 colaboradores espalhados pelo mundo, em áreas muito diversas. Isso dá-te um potencial de crescimento enorme porque não te limita à tua área geográfica e abre-te as portas ao mundo, desde o sitio onde trabalhas. Podes até trabalhar em Portugal, mas a mobilidade é gigantesca, uma vez que os projetos em que estás envolvido contam com a colaboração de equipas na América, na Ásia e na Europa. O contacto é constante e as idas a outros países é algo que faz parte do nosso trabalho.
A outra razão é porque eu me identifico com a filosofia do fundador da Bosch e em particular com uma frase que me toca muito que é: “eu prefiro perder dinheiro do que desapontar os meus clientes”. Eu sei que a frase não é mesmo assim, mas o sentido é este e é exatamente aquilo que eu sinto quando estou a trabalhar. As equipas preocupam-se genuinamente com estas questões e apoiam-se mutuamente para criar produtos com qualidade, que transmitam confiança aos clientes e sobretudo aos consumidores finais. Essa é uma frase que me toca muito, sobretudo porque eu vinha da área de consumer eletronics onde a qualidade existe, mas não é o foco principal, porque há um fator de dinheiro muito presente.
Liberdade para fazeres o teu próprio caminho
Há algo na Bosch que está no oposto das outras empresas. Aqui de facto as pessoas têm uma importância estratégica. Não só do ponto de vista do negócio e enquanto consumidores dos nossos produtos, mas como integrantes da própria organização. A prova disso é que eu já mudei quatro vezes de funções, sempre com o apoio da própria empresa e cumprindo as expectativas e as necessidades de ambos. Eu sabia que queria evoluir, ou ter outro tipo de funções e foi-me dada essa oportunidade. Queria mudar de área funcional e consegui. Posteriormente queria mais responsabilidade e foi-me dada. Do meu ponto de vista, esta abertura, ajudou-me bastante a crescer profissionalmente e também pessoalmente.
VMPS – uma caixinha mágica que localiza primeiros ministros
Eu estou a fazer desenvolvimento de hardware, engenharia eletrónica para o VMPS, ou Vehicle Motion and Positioning Sensor. Basicamente é uma caixinha com eletrónica que é suposto dar uma posição muito precisa da localização do veículo. Esta eletrónica integra três blocos importantes: o primeiro é uma unidade inercial composta por um giroscópio e um acelerómetro semelhante ao que encontramos no nosso smartphone e que faz com ele reconheça o movimento. O segundo consiste num sistema de receção de satélite. O sinal de satélite é depois fundido com o sinal dos sensores inerciais, através de algoritmos poderosos (terceiro bloco), que permitem obter, de uma forma muito precisa, a posição do veículo.
Esta caixa ficou mundialmente conhecida quando a Angela Merkel visitou o nosso novo centro de I&D, porque nessa altura o Primeiro-Ministro português a colocou na cabeça e disse que a partir de ali iam saber sempre onde estava.
O balanço certo e posição exata entre o trabalho e o lazer
O melhor de tudo isto é contar com a Bosch até para a minha vida pessoal. Existe uma preocupação genuína e muito presente em proporcionar as melhores condições possíveis para que tu consigas ter tempo para o trabalho, para a família, mas que entre eles não haja um conflito. Isso é algo que tu já vês nas culturas nórdicas e da europa central, em que a família está primeiro e só depois vem o trabalho. Aqui em Portugal isso ainda não se vê muito de uma forma generalizada, mas na Bosch existe essa preocupação. Ter a orientação para a família, apesar do trabalho ser importante. Claro que tem de haver bom senso de parte a parte, mas a família primeiro. Tenho orgulho em trabalhar na Bosch, mas tenho ainda mais orgulho em mostrar aquilo que faço aos meus filhos. Passo na rua ou no aeroporto e aponto para alguma coisa que a Bosch produz e digo que de alguma forma eu contribui para aquilo estar ali. Mostro-lhes no computador e digo-lhes que ponho uns fios e umas coisas pequeninas numas caixas metálicas e eles ficam fascinados apesar de nem sempre perceberem o que lhes estou mostrar. É isso que faz com que o meu trabalho também valha a pena: contribuir para que a tecnologia da Bosch seja fascinante.