Trabalhar com boas pessoas e ser inspirada por cada uma delas.
Sandra Costa teve o seu primeiro contacto com a tecnologia no 6º ano, nas suas aulas de inglês, com a utilização de jogos didáticos. Já no ensino secundário começou a aprender a fazer sites com o Microsoft FrontPage usando HTML e Css e, em 2004, ingressou no curso de Engenharia Eletrónica Industrial e Computadores na Universidade do Minho, tendo seguido, após o mestrado, o doutoramento em robótica. Co-fundou o grupo afiliado português do IEEE Women in Tech porque observou em conjunto com outras pessoas, a falta de mulheres em Portugal na área da tecnologia. Ingressou na Bosch Car Multimédia em 2015, sendo atualmente Software Group Leader.
Qual foi o teu primeiro contacto com a tecnologia e como surgiu o interesse nesta área?
O meu primeiro contacto com a tecnologia ocorreu no 6.º ano, nas aulas de inglês com jogos didáticos. Só tive computador em casa anos mais tarde, sem acesso à internet. No ensino secundário inscrevi-me com uma amiga no Clube da Internet e comecei a aprender a fazer sites com o Microsoft FrontPage usando HTML e Css. Muito básico. A partir daí fiz o primeiro site para a minha equipa de futebol, com os gifs mais foleiros que estavam disponíveis e um design de fugir. Fazia o upload dos ficheiros na escola através de uma série de disquetes que tinham o conteúdo zipado.
O meu interesse pela tecnologia veio dessa altura, com criação de websites, porque vi que a tecnologia me podia ajudar a resolver os problemas que encontrava. Desta forma decidi ingressar no curso de eletrónica e computadores, em 2004, seguindo as passadas do meu irmão mais velho que me aconselhou nesse sentido, sendo a única rapariga numa turma de 60 rapazes.
Depois do mestrado, fiz o doutoramento em robótica, utilizando um robô humanóide com capacidade de modelar expressões faciais para trabalhar na intervenção de crianças com perturbações do autismo, no desenvolvimento de competências emocionais.
Como se caracteriza o teu dia-a-dia de trabalho? Em que projetos estás neste momento inserida?
Como group leader tenho a responsabilidade de garantir que os colaboradores no meu grupo têm tudo o que precisam para trabalhar: acompanhamento, motivação, competência, projetos interessantes, perspetiva do negócio, estratégia, entre outros. Neste momento, lidero várias equipas no projeto Lidar com a responsabilidade pelo desenvolvimento de Software. Sou também responsável por uma equipa de CX (Continuous everything), que garante a infraestrutura para que todos os Software developers no projeto consigam entregar e validar o seu código. Sou ainda responsável por uma equipa de Software development no projeto Radar Gen 5 Trucks que faz parte da nossa estratégia de diversificação de portfólio e que está a crescer a olhos vistos, com cada vez mais impacto no projeto.
De que forma o teu percurso na Bosch contribuiu para o desenvolvimento das tuas skills?
Iniciei o meu percurso na Bosch logo a seguir à realização do meu doutoramento, em 2015 e penso que o mindset de melhoria contínua é algo que entrou no meu DNA, aplicando não só ao que fazemos, mas também a quem somos.
Tive também, felizmente, a oportunidade de tomar parte de algumas formações de liderança que me prepararam para lidar com os desafios do dia-a-dia relacionados com as minhas pessoas e com os projetos em que estou envolvida.
O que te inspira a vir trabalhar todos os dias?
Trabalhar com boas pessoas e ser inspirada por cada uma delas.
Qual o segredo para liderar uma equipa de engenheiros de sucesso?
Honestidade e confiança. Providenciar toda a informação necessária e relevante para que a melhor solução seja desenvolvida.
Sandra Costa
Software Group Leader, Bosch Car Multimedia
"Nascida e criada em Braga em 1986 e mãe do Alexis cujo SOP foi em 2020. Sou Guia de Portugal desde os 7 anos (Associação Guias de Portugal), tendo-me tornado dirigente associativa aos 17 e a certa altura parte da equipa regional durante 6 anos. Fui atleta federada de Futebol 11 desde os 13 anos, durante 15 anos, passando por 3 equipas: Sequeirense FC, CP Martim e Vilaverdense FC. Criei em 2011, o Portal Futebol Feminino em Portugal simplesmente porque achava que não se dava destaque a este desporto (disputado por mulheres) em quase lado nenhum.
O que mais me motiva no meu dia-a-dia é lidar com boas pessoas."