"A minha função contribui para atingirmos a excelência operacional"
Raquel Costa é formada em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Em 2019, ingressou na Bosch Car Multimedia, mais concretamente num estágio profissional na área de Manuntenção, tendo permanecido na empresa depois do estágio.
De estudante de engenharia mecânica a engenheira de manutenção na Bosch. Como foi este percurso?
Após o último ano de universidade, em 2019, ingressei na Bosch através de um estágio profissional na Manutenção. Este estágio foi bastante relevante para reconhecer as minhas capacidades de proatividade e trabalho em equipa. Tornou-se particularmente interessante verificar muitos mecanismos estudados na faculdade, mas sobretudo aperceber-me de alguns defeitos ou algumas oportunidades de melhoria que ia encontrando no dia a dia durante a execução de avarias das máquinas que seriam muito difíceis de prever tendo apenas a componente teórica da engenharia. Estando mais de perto e observando constantemente o funcionamento de uma máquina ao longo da sua vida, desenvolvi a componente prática que é fundamental para uma formação completa como Engenheira. O dinamismo diário, o desafio constante e o trabalho em equipa nesta área da indústria fizeram com que até hoje continue na Manutenção.
Sabemos que lidas com diversas equipas no teu dia a dia – a cultura Bosch é um denominador comum entre elas?
No meu dia a dia necessito de estar em constante contacto com a maior parte dos departamentos da fábrica, nomeadamente a Produção, a Qualidade, a Industrialização e o Desenvolvimento, de forma a haver transferência de informação sobre os equipamentos da fábrica.
A Produção, com a sistemática da DLR, ajuda a identificar os principais problemas da linha para, em equipa, trabalharmos na melhoria contínua e melhorarmos a performance dos equipamentos. Por sua vez, a Industrialização permite o fornecimento de uma máquina segundo os melhores standards praticados em todas as fábricas da Bosch a nível global e seguindo as perspetivas de inovação tecnológica para tornar mais fácil um diagnóstico de falha da máquina. Com esta equipa também realizo atividades de melhoria contínua das máquinas para alcançar os mais derivados objetivos.
A Qualidade acompanha a vida do produto, analisando sempre os indicadores de forma a intervir assertivamente na causa raiz dos problemas com as diversas ferramentas de qualidade, e o Desenvolvimento acompanha o ciclo de vida do produto para, sempre que possível, trabalhar na inovação do mesmo.
Existe bastante envolvência de todos os departamentos e a passagem de informação é o principal desafio diário, que só é alcançado com o empenho de cada pessoa e com o interesse pela saúde do projeto.
De que forma sentes que a tua função impacta os resultados da Bosch?
Atualmente como Engenheira de Manutenção Industrial, tenho como função validar os equipamentos para minimizar o número de avarias e otimizar os indicadores de manutenção. Defino os planos de manutenção preventiva e preditiva para que as máquinas se mantenham com um funcionamento estável. Otimizo e melhoro os processos, alcançando os objetivos de produção e qualidade com patamares cada vez mais ambiciosos. No meu dia a dia tenho de antecipar falhas e preparar formação, informação e meios que ajudem à prevenção e ao diagnóstico rápido e assertivo dos modos de falha que vão surgindo nos equipamentos.
Eu e a minha equipa temos como objetivo diminuir os custos de manutenção, adicionando às máquinas tecnologia de indústria 4.0, de forma a prever a falha do equipamento e atuar antes que os equipamentos avariem. Numa perspetiva mais futurista, trabalhamos de forma que a inteligência artificial também possa ser incluída nas nossas manutenções, para que a própria máquina identifique o problema e a resolução.
As minhas preocupações com a sustentabilidade fazem com que procure constantemente soluções para reduzir o impacto ambiental das nossas máquinas, encontrando alterativas para peças de grande necessidade de substituição e identificando soluções com menor necessidade de consumo energético e com menor pegada ecológica.
Assim sendo, sinto que a minha função contribui para atingirmos a excelência operacional através da redução de custos, o aumento da fiabilidade dos equipamentos, a melhoria da qualidade e a digitalização e inovação tecnológica. Todos estes objetivos resultam do grande trabalho entre as várias equipas de manutenção, a equipa da corretiva, a equipa de especialistas e a equipa de preventiva.
Em 3 palavras, como descreves a tua jornada na Bosch até ao momento?
Desafiante – todos os dias tenho um novo desafio que faz com que vá à procura de novas soluções e que continue sempre motivada.
Trabalho em equipa – o trabalho em equipa e a comunicação mostraram-se importantes para a discussão de diferentes perspetivas.
Versatilidade – tenho necessidade de perceber um pouco de todas as áreas e adaptar-me à mudança.
Raquel Costa
Maintenance Engineer na Bosch Car Multimedia
Sou mestre em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia Universidade do Porto. Cresci em Barcelos e neste momento resido em Vila Nova de Famalicão. Como amiga do ambiente, utilizo os transportes públicos para me deslocar até à fábrica.
Tenho bastante gosto pelo curso que tirei, pois considero-me uma pessoa criativa e com iniciativa. Para além disso, gosto de desenvolver as minhas próprias peças em casa e passar para a realidade através da impressão 3D. De forma a sair desta área de conforto, desafio-me com exercício físico, jardinagem, cozinha e viagens. Preocupo-me também com problemas da atualidade, lendo e ouvindo podcasts sobre as guerras, a política e a sustentabilidade do planeta.