Acredito imenso na qualidade da Engenharia Portuguesa

Na Bosch Ovar tenho a função de System Architect e Responsável Técnico de umas das áreas num projeto da inovação. O meu dia-a-dia inclui um número grande de reuniões, ainda mais exacerbado pela altura pandémica, e algum trabalho remoto. Obviamente, e como valorizo bastante o trabalho presencial, momentos de conversação e café com colegas/amigos, discussões técnicas sobre as mais diversas matérias que constituem o desenvolvimento de novos produtos e, como não podia deixar de ser, momentos mais isolados que dedico à escrita de documentação técnica, definição de arquiteturas, simulações de circuitos ou porções, e alguma programação.

No meu ambiente de trabalho valorizo o “bom ambiente” com camaradagem, seriedade e honestidade, e dou bastante enfoque ao feedback entre colegas e chefia. No meio disto, gosto sempre das provocações (“boas” claro), que incluem normalmente picardias futebolísticas e/ou conversas sobre noticias do dia-a-dia e outros acontecimentos nacionais e mundiais. De referir, que na Bosch Ovar tudo isto está facilitado pelo ambiente de família que conseguimos manter entre as diversas áreas. É um prazer poder contribuir para a Tecnologia para a Vida com a #BOSCH.

Neste momento coordeno as atividades técnicas do subprojecto Smart Urban Sensing que decorre no âmbito do P2020 Safe Cities – Inovação para Construir Cidades Seguras, colaborando na definição de arquiteturas para os diversos sistemas que compõe este subprojecto, bem como orientar as tarefas gerais da equipa. No desenvolvimento de sistemas de videovigilância, temos uma panóplia de tecnologias envolvidas (p.e., circuitos eletrónicos, peças mecânicas, sensores de imagem, algoritmo de software e firmware, sistemas de comunicação sem fios, internet das coisas, etc.), que tornam as tarefas diárias extremamente diversificadas, desafiantes e enriquecedoras. Em paralelo, mantenho atividades de coorientação de projetos de estágio em empresa com várias Universidades e Politécnicos, que permitem estabelecer um ambiente de constante aprendizagem ao nível técnico e interpessoal.

Nas diversas posições/funções que desempenhei ao longo da minha carreira académica-profissional, passei por diversos desafios ao nível técnico e pessoal, mas se há algo que me marcou foi sem dúvida a transição para o mundo empresarial após vários anos na academia e num ambiente de investigação. Não pelo ambiente que encontrei, pois esse foi algo de surpreendentemente positivo, mas pelo tipo de funções e obrigações que passei a desempenhar. Reconheço que em ambos os mundos existem mais valias, e acredito piamente que o país, e no meu caso a Engenharia, tem imenso a ganhar com sinergias mútuas. É por isso, que tenho fomentado e estreitado, sempre que posso, as relações com Universidades, Politécnicos e Centros de Investigação e os vários talentos e especialistas que aí trabalham. Para finalizar, acredito imenso na qualidade da Engenharia Portuguesa e nas pessoas, sendo que considero também um desafio diário manter essa motivação nos colegas, recém-formados com quem lido e nos alunos que cooriento, não deixando de parte as chefias.